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Previsões para 2022 sobre eCommerce & Pagamentos Internacionais B2B

Embora pensássemos que havíamos deixado para trás a loucura de 2020, 2021 acabou sendo um desafio equivalente em muitos aspectos. Dos contínuos e imprevisíveis lockdowns em todo o mundo a interrupções nas cadeias de suprimentos, os vendedores on-line se mantiveram em alerta o tempo todo.

De fato, se há algo que aprendemos nos últimos anos, é que está se tornando ainda mais difícil, senão impossível, fazer qualquer previsão. Ou, nas palavras do falecido Jackie Mason, “as previsões são absurdas”. Mas enquanto 2022 já chega ao seu segundo mês, daremos o nosso melhor mesmo assim.

Perguntamos aos executivos e à alta administração da Payoneer em todas as regiões quais são suas perspectivas no mundo do e-commerce, freelance, B2B e pagamentos globais para ver em que direção eles acreditam que o vento está soprando.

Veja abaixo o que eles têm a dizer.

Como o e-commerce está evoluindo em seu país e que rumo você vê para o setor em 2022?

A maior oportunidade no e-commerce parece beneficiar o vendedor de marca própria. Marcas, embora não sejam fáceis de criar, podem se beneficiar de margens mais amplas do que as dos revendedores, e geralmente significam menor concorrência. Os sites diretos ao consumidor (D2C), como Shopify e outros, podem ajudar as marcas a construir relacionamentos diretos com os consumidores e a controlar a experiência. Enquanto isso, os mercados globais clamam por marcas exclusivas em seus sites.

Talvez a mudança mais interessante, porém, seja o súbito aumento de adquirentes de marcas nos últimos 24 meses, apoiados por fundos de capital privado (private equity, em inglês), dando aos vendedores de marca própria uma clara estratégia de saída com uma abundância de pretendentes oferecendo múltiplos altos.

  • Iain McNicoll, VP Regional, Américas

Na China, os vendedores on-line estão se tornando cada vez mais sofisticados e exigindo mais soluções além dos pagamentos, incluindo cartões pré-pagos, câmbio, capital de giro e serviços de checkout. Outra grande tendência que observamos no e-commerce internacional é o potencial de crescimento do segmento B2B, que continuará se expandindo e será apoiado pelas políticas favoráveis do governo chinês e pelo apoio à digitalização. Como resultado, a cadeia ecológica internacional tradicional certamente será atualizada com novas tecnologias e investimentos de capital.

  • James Huang, VP China

As plataformas de marketplace continuarão crescendo, expandindo-se e se consolidando. À medida que os países começarem a voltar ao normal, haverá uma grande oportunidade em torno de como os varejistas inovam tanto no comércio on-line quanto no off-line. Os varejistas também precisarão encontrar maneiras de conectar as compras on-line às lojas físicas (por exemplo, compras com sistema clique & retire). Por fim, esperamos ver mais empresas não varejistas incorporarem elementos digitais e fornecerem uma experiência transacional (por exemplo, G2C) em seus serviços.

  • Nagesh Devata, VP Regional de Enterprise, Singapura e Ásia-Pacífico

Durante a pandemia, houve um grande aumento no nível de aquisição de clientes no e-commerce. Isso representa uma grande oportunidade de manter e ampliar as vendas para esses clientes no próximo ano para maximizar as receitas. Embora a ameaça de novas variantes da COVID esteja constantemente presente, muitos europeus estão começando a considerar a vida após a pandemia, o que pode sinalizar ganhos futuros para o setor de viagens. Por fim, podemos esperar que os acordos comerciais pós-Brexit entre o Reino Unido e o resto do mundo abram novas vias para vendedores do comércio eletrônico em toda a Europa e globalmente.

  • James Allum, VP Regional, Europa

As mudanças contínuas no comportamento dos comerciantes, em conjunto com a forte confiança dos investidores, conduziram o Sudeste Asiático oficialmente à sua “Década Digital”, e a região está a caminho de US$ 1 tri em Volume Bruto de Mercadorias (GMV, em inglês) até 2030. Consumidores do Sudeste Asiático estão ficando mais sofisticados em sua jornada de compras, com cerca de 80% utilizando canais on-line durante os estágios de descoberta e avaliação. Como resultado, as empresas precisam otimizar sua jornada de compra omnichannel. As empresas também precisam entender melhor seu público alvo e assegurar que tenham a presença da marca em todos os pontos de contato em suas jornadas de compra.

Por fim, com nove em cada dez comerciantes digitais aceitando pagamentos digitais, há muito espaço para crescimento nos empréstimos digitais devido à popularização das opções de financiamento ao consumidor e ao aumento do apetite por financiamento da cadeia de suprimentos.

  • Miguel Warren, VP Regional, Sudeste Asiático

Os funcionários estão trabalhando em casa e não no escritório, os alunos estão estudando on-line em vez de na escola e as pessoas estão comprando coisas on-line em vez de nas lojas físicas. É por isso que o setor do e-commerce no Japão continuará crescendo em 2022. Além disso, a iniciativa Digital Agency deste ano, um programa governamental que visa reformar a administração por meio da digitalização, está otimizando os processos on-line e impulsionando rapidamente a economia digital para o futuro.

  • Oko Okamoto, Country Manager, Japão

O e-commerce está crescendo exponencialmente na Austrália e deve ultrapassar AU$ 60 bi em 2021 e mais de AU$ 70 bi em 2025. Atualmente, está sendo avaliado em quase 2% do PIB e em mais de 16% do varejo total. A maioria dos vendedores tem canais de marketplace sólidos no mercado australiano e muitos estão explorando o comércio internacional para promover seu crescimento. Existem duas áreas de tendência na economia digital da Austrália:

  • O “Buy Now, Pay Later” está se expandindo, com mais de nove players ativos no mercado local, enquanto os principais players globais, Afterpay e Zip Co, vêm da Austrália. É um espaço bastante competitivo e com alta adesão, com lojistas oferecendo, em média, mais de seis meios de pagamento em seus sites.
  • Há um crescimento em novos marketplaces liderados por varejistas (mais de 10 anunciados em 2021), frequentemente aproveitando os softwares de mercado prontos para uso para construir o seu próprio.
  • Nathan Archie, Country Manager, Austrália e Nova Zelândia

 

A indústria de TI coreana, incluindo bens, serviços e propriedade intelectual, tem sido bastante local no mercado doméstico, e espero que vejamos cada vez mais as plataformas coreanas se tornarem globais e, da mesma forma, as plataformas globais se aproximarem da Coreia de forma mais agressiva. Fazendo isso, esperamos que fornecedores, criadores, hosts, vendedores e streamers possam lucrar ainda mais com o mercado global e não se limitar apenas à Coreia.

 

  • Woo Lee, VP e Gerente Regional, Ásia Oriental e Austrália

 

Que papel você vê os prestadores de serviços assumirem em 2022?

As maiores oportunidades vistas na América Latina são para profissionais, startups e PMEs locais que buscam oferecer serviços no exterior, principalmente para outros países da América Latina, mas também para os EUA e Europa. Atualmente, isso está gerando boas receitas para as economias locais, um caminho genuíno para o crescimento e desenvolvimento da região. Os serviços em alta demanda incluem desenvolvimento de software, marketing digital, experiência do usuário e redação de conteúdo, além de serviços profissionais para questões jurídicas, fiscais e financeiras.

Existem alguns motivos para explicar essas tendências:

  • Um aumento na demanda global por esses serviços, especialmente na América Latina, onde os preços são competitivos.
  • A América Latina tem uma população altamente escolarizada com conjuntos de habilidades apropriados.
  • A região tem um ecossistema próspero de empreendedorismo digital/tecnologia.
  • Mar Fernandez, Country Manager, América Latina

A economia digital ucraniana deve continuar se desenvolvendo rapidamente em 2022 pelos seguintes motivos:

  • A demanda por serviços de TI ucranianos, incluindo programadores e desenvolvedores, permanece alta e continuará crescendo.
  • As empresas de entrega ucranianas simplificaram seus processos e agora estão enviando para os Estados Unidos e o resto do mundo. Isso permitiu que vendedores e PMEs se expandissem para novas geografias e alcançassem novos clientes.
  • O trabalho remoto e as novas tecnologias criaram novas oportunidades no setor criativo ucraniano, ampliando muito as oportunidades de trabalho freelance.
  • Igor Kovalov, Country Manager, Ucrânia

O modelo híbrido de trabalho que a COVID tanto ampliou veio para ficar. Veremos mais freelancers por aí que podem trabalhar de qualquer local que quiserem no mundo e ainda estarem empregados em período integral em uma empresa. Portanto, é uma mistura entre trabalhar em período integral em um local diferente de onde sua empresa fica e trabalhar como freelancer.

  • Eyal Moldovan, VP, PMEs

Quais serão os maiores desafios do e-commerce em seu país, tanto para vendedores quanto para comerciantes?

Embora os atrasos na cadeia de suprimentos e o aumento dos custos de envio tenham criado grandes obstáculos para os vendedores do e-commerce em 2021, parece que o alívio está a caminho, já que essas barreiras vão diminuir nos próximos meses. Atualmente, os vendedores on-line com quem falo estão comprando tudo o que podem devido à oferta limitada, e essa parece ser uma estratégia prudente. Mas espero que as coisas voltem a algum nível de normalidade na segunda metade de 2022, quando veremos as vendas nos marketplaces on-line e, especialmente, as vendas em sites D2C, crescendo novamente.

  • Iain McNicoll, VP Regional, Américas

O maior desafio para os vendedores B2C foi a limpeza de contas da Amazon esse ano, que, de acordo com a associação de e-commerce internacional de Shenzhen, impactou mais de 50 mil vendedores chineses que, coletivamente, perderam mais de um bilhão de dólares. O backlog logístico e o aumento do preço da carga também pesaram sobre os vendedores chineses, que muitas vezes enfrentam problemas de fluxo de caixa e agora estão bastante conservadores com seus planos de expansão.

Também não acreditamos que os problemas da cadeia de suprimentos serão resolvidos no curto prazo, o que provavelmente levará a uma mudança na estratégia de negócios para os vendedores chineses. De acordo com uma pesquisa da Jungle Scout, um terço dos vendedores da Amazon está pensando em uma estratégia multiplataforma ou multirregional, ou até mesmo iniciar seu próprio negócio direto ao consumidor sem depender dos marketplaces.

  • James Huang, VP China

A logística e o transporte marítimo serão os principais desafios do Sudeste Asiático em 2022, em grande parte devido à localização dos principais mercados e à falta de infraestrutura nesses países. Com mais de 270 milhões de habitantes, a Indonésia abriga a maior população do Sudeste Asiático, mas seu povo também está espalhado por mais de 6000 ilhas separadas e habitadas. De modo semelhante, os 107 milhões de pessoas que vivem nas Filipinas estão distribuídas em cerca de 2000 ilhas habitadas. O transporte para essas nações em arquipélagos apresenta enormes desafios logísticos para as empresas de e-commerce.

Além disso, a infraestrutura deficiente em economias em desenvolvimento como Indonésia, Filipinas e Vietnã representa um desafio para a concretização das operações internacionais. Esse é um dos motivos pelos quais muitos vendedores internacionais optam por trabalhar com marketplaces que podem ajudá-los a aproveitar a infraestrutura existente para dar suporte à entrega de última milha.

  • Miguel Warren, VP Regional, Sudeste Asiático

Acho que haverá diversos desafios para os vendedores no próximo ano relacionados à origem dos produtos, à expansão dos negócios e ao impacto ambiental.

Em relação às cadeias de suprimentos globais, vendedores e comerciantes precisam reconhecer que depender excessivamente da China não é saudável, e que a diversificação para lugares como México, América do Sul e Índia será fundamental. Além disso, as empresas que buscam se expandir precisam ir além do mercado dos Estados Unidos. Mercados como México, Canadá e América do Sul têm muito potencial, mas para se beneficiar, os vendedores precisarão investir no design do site, no atendimento ao cliente em diferentes idiomas, na pesquisa de produtos e muito mais. Por fim, os consumidores estão levando o ambientalismo mais a sério, então as empresas precisarão investir em coisas como embalagens sustentáveis se quiserem ter sucesso nesse novo ambiente.

  • Ya Wen, Vendas Enterprise, Américas

 

Os marketplaces coreanos, incluindo Coupang, possibilitaram vendas diretas com logística terceirizada para comerciantes globais na Coreia. Será o ano de transição do mercado de drop-shipping para o mercado D2C. Ao fazer isso, esperamos algumas mudanças no ecossistema de e-commerce coreano. Para algumas pessoas, será um desafio, mas para outras será visto como uma oportunidade.

  • Woo Lee, VP e Gerente Regional, Ásia Oriental e Austrália

Quais tendências em serviços B2B você prevê para 2022?

O crescimento das empresas B2B e a demanda por soluções de pagamento internacionais se aceleraram nos últimos três anos. Dado que não vemos grandes mudanças nas condições de mercado, estamos confiantes de que 2022 será mais um ano de sucesso para empreendedores e empresas locais.

  • Mar Fenandez, Country Manager, América Latina

Há uma forte demanda por serviços B2B na Austrália, uma vez que vemos mais empresas buscando crescimento no exterior. A mentalidade australiana e neozelandesa também é muito mais uma mentalidade global e, com populações pequenas, é bem mais fácil escalar rapidamente nesses mercados e estar pronto para um mercado global maior.

Vejo essa demanda por crescimento global só aumentando em 2022, à medida que as empresas B2B continuam adotando novas tecnologias para permitir que se expandam e cresçam globalmente de forma mais rápida e lucrativa. A capacidade de alcançar mais clientes em mais países, em uma miríade de verticais, está mais fácil do que nunca. Estamos vendo uma tendência crescente de pessoas que procuram desenvolver suas próprias iniciativas, ou seja, trabalhar por conta própria, após sairem de longos lockdowns na Austrália e Nova Zelândia, e buscar mais flexibilidade quando se trata de trabalho. Isso só vai aumentar a demanda por serviços B2B daqui para frente.

  • Nathan Archie, Country Manager, Austrália e Nova Zelândia

Acho que os ecossistemas do e-commerce continuarão evoluindo à medida que os pagamentos digitais se tornarem o método de pagamento preferencial. Na pré-pandemia, em países como as Filipinas, até 70% das compras dos consumidores nos marketplaces eram feitas com pagamento em dinheiro no ato da entrega (COD – cash on delivery, em inglês).

Como muitos países da região ainda têm uma penetração relativamente baixa de cartões de crédito e contas bancárias, carteiras digitais como GCash nas Filipinas estão vendo um aumento nas transações relacionadas ao comércio B2B. Também estamos vendo fusões, à medida que grandes empresas como Tokopedia e Go Jek na Indonésia uniram forças para criar um enorme grupo de e-commerce, serviços financeiros e transporte de passageiros chamado GoTo. Conforme essas carteiras digitais se tornam mais arraigadas no ecossistema de e-commerce, acho que começaremos a ver maior colaboração entre plataformas de marketplace e carteiras digitais, tendo como alvo os gastos do consumidor em várias categorias.

  • Miguel Warren, VP Regional, Sudeste Asiático

Uma vez que a Coréia está começando a controlar a pandemia, o país se prepara para a próxima fase.Vemos cada vez mais plataformas de e-commerce B2B, publicidade on-line, propriedade intelectual e streaming visando mercados globais e buscando uma solução eficaz para lidar com suas contas a receber e a pagar.

  • Woo Lee, VP e Gerente Regional, Ásia Oriental e Austrália

Preparando-se para o inesperado

Com tantas incógnitas em 2022, preparar seu negócio pode ser uma tarefa difícil. Felizmente, a Payoneer está aqui para ajudar a garantir que você possa processar seus pagamentos com eficiência, permitindo que amplie suas ofertas e expanda para novos mercados. Para saber mais sobre as soluções em pagamentos internacionais, basta clicar abaixo.

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Richard Clayton

Richard is the Head of Content at Payoneer. An accomplished marketing manager, Richard is passionate about thinking creatively to communicate effectively.